sábado, 3 de dezembro de 2016

Ensino de biomas através de poesia

Olá pessoal!

Nesta postagem irei indicar algumas poesias relacionadas ao ensino dos biomas na Geografia. A ideia é que estas poesias sejam usadas em atividades que instiguem os alunos a descobrir sobre qual bioma o texto fala. Uma dica é remover as partes da poesia que tragam o nome do bioma.

Sobre a Caatinga:

Chão cortado
Num mosaico ocre
De quase ferida.
Folhas secas, crocantes
De clorofila arruinada.
Animais esquálidos
De futuro cadavérico.
Homens e mulheres
A viver sob a ditadura
Dos raios solares.
Mandacarus-oásis
E águas ausentes.
Uma vontade resistente,
Feito xiquexique,
De lavar a alma
E mudar o presente.

(Danclads Lins de Andrade).

Sobre o Cerrado:

As Cores do Fogo da Vida

Ao primeiro olhar, nada mais é que solidão,
Terra infértil, seca, perdida no meio do nada.
Ao segundo, no entanto: que terra abençoada!
Quanta riqueza é gerada pelo seu queimado chão!

Amarelo do ipê, do capim dourado,
E do sol a brilhar por toda parte.
E vem da cigana o tom avermelhado
Que colore as araras com tamanha arte.

Desse sagrado encontro da natureza
Surge o alaranjado do entardecer;
Deixa para traz mais um dia dessa beleza
Reafirmando a maravilha de viver.

Somente com um olhar mais atento, mais profundo
Percebe-se a magia de todas essas cores
O cerrado, com o fogo, supera suas dores
Renasce, outra vez, para a sobrevivência desse nosso mundo.

(Aline Bassoli)

Sobre a Amazônia:

Desmatamento da Floresta Amazônica

A Amazônia brasileira tem dono!?!?
Mas, por que esse abandono?
E esses tantos desenganos,
que se fazem parecer?
No muito que se percorre,
por esse verdeado que se vê,
surge sempre esta pergunta.
Desmatamento, por quê?
Fora de vez madeireira!
E deixe dessa vã besteira
do desemprego, porque
o amanhã sem as nossas matas...
é que vai haver quem descarta,
essa desculpa do momento.
É o mundo sem suprimento
de ar puro pra viver...
então, falará simplesmente.
Estou triste e doente
pois, com a ganância permanente...
O Brasil foi conivente.


Sobre a Mata Atlântica:

Poesia da mata atlântica

Mata Atlântica, 
Pedaços verdes de um país gigante 
Amostras preciosas de rara beleza, 
Santuário de vida 
Orgulho do coração 
Deste Brasil irmão. 

No inicio da colonização 
A Mata Atlântica cobria 
Um grande pedaço de chão. 

De norte a sul 
Do litoral ao interior 
Exuberantes montanhas 
Enfeitavam a nossa costa 
Com suas belas e frondosas arvores 
E quem por aqui passava 
Não mais se afastava. 

Veio a ocupação, 
O progresso chegou 
Muita cana e café se plantou, 
Pastagens e cidades se formou. 

Hoje, 
Da Mata Atlântica original 
Vê-se cadeias de montanhas 
Abrigando cascatas cristalinas 
Cujas águas dançarinas 
Mergulham nos rios do litoral. 

Mata Atlântica, 
Bela, Suntuosa, 
Com suas bromélias e orquídeas 
Samambaias e palmeiras, 
Floresta majestosa 
Abrigo dos animais. 

(Augusta Schimidt)

Sobre o Pantanal:

O pantanal

O Pantanal do Mato Grosso
É uma das maravilhas do País
De Setembro a Agosto
Oferece viagem feliz.

O caudaloso Rio Paraguai
Recebe seus afluentes
Paraíso dos bois marruás
Águas de cores diferentes.

No encontro do São Lourenço
Junto com o Piriqui
Águas calmas sem vento
Nas margens os Piquis.

O Rio Miranda
Porto do Pantanal
Pesca-se Piraputangas
Até encher o embornal.

Águas turvas do Taquari
Rio muito piscoso
Há revoadas dos paturis
Próximos aos rebojos.

Nabiléque bom de acampar
Fisga-se os ligeiros pacus
Da manhã ao clarear
Ouve-se o canto dos Urus.
O Rio Aboral
O menor dos afluentes
Próximo ao matagal
As pescarias permanentes.

Nas águas ligeiras
Preferência dos dourados
Piloteiro é companheiro
Dá conta do recado.

Do Rio Paraguaizinho
Sempre se volta lotado
Na foz do Rio Vizinho
Concentram-se os pintados.

Do Norte vem o Jaurú
Passa por Esperidião
É morada dos jaús
No remanso do fundão.

Jacarés no banho de sol
Completam essas belezas
As capivaras em caracóis
Dão vida à natureza.

Os Tuiuiús com elegância
Continuam exuberantes
Próximos às estâncias
Suas presenças são constantes.

Nos campos vivem o gado
Que foge das enchentes
Há lugares isolados
Onde nunca chegou gente.

Os moradores pantaneiros
Trabalham com as boiadas
É povo bom e hospedeiro
Que atende até de madrugada.

Cidade de Corumbá
Capital do Pantanal
Pode-se orgulhar
De seu patrimônio original.


(Otávio Antônio Pedriali)

Sobre o Pampa:

PELEJA

Nossas bombas são de chimarrão.
Nossos tanques, para lavar roupa.
Nossas correntes movem rios, lagoas e lagos.
Nosso armamento é feito de pensamentos.
Nossas lanças, de Santa Bárbara e de São Jorge.
Navegamos campos e mares.
Nossas balas são de guaco e mel.
Nossos ideais, as mãos da natureza.
Nossas sentinelas, os Quero-queros do pampa.
Nossa munição tem o calibre dos sentimentos.
Nossa política é a poesia dos abraços.
Caminhamos com os ventos.
Nosso comandante tem a voz do coração.
Nosso uniforme é verde como a floresta,
prateado como o luar, dourado como o sol.
Nossas palavras de ordem são sementes,
brotam limpas e claras em nossas mentes.
Nos movemos com o tempo.
Nossos territórios não possuem cercas,
seguimos fortes com a guarnição
da paz das estrelas no firmamento.
Nosso compromisso é com o plantio
do amor entre todos os povos.
Estamos vivos, e prontos.


Então é isso pessoal!
Espero que gostem e se inspirem.

Abraços.

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